domingo, 28 de dezembro de 2008

Fora de meu Mundo

Um dia, eu acordei... e vi que tudo estava diferente. Eu me vi num lugar estranho, com seres completamente diferentes de mim, ou de qualquer outro que vivesse em meu mundo. À primeira tentativa de comunicação, vi que nossos hábitos eram muito semelhantes aos daqueles seres e que os sentimentos escondidos que eles carregavam em si poderiam torná-los perigosos à minha sobrevivência.

Um planeta tão belo... tão sofisticado... mas com seres que não o mereciam; muito pelo contrário: mereciam-se uns aos outros pelos seus atos que, à primeira vista, pareciam uniformes e sincronizados, mas, por detrás, eram capazes de uma destruição tamanha e sem volta. Aos poucos eles eram forçados, pelo próprio planeta, a exterminarem uns aos outros. Sem perceber o que se passava, eles obedeciam àquelas ordens subliminares que lhes eram impostas, e nem sequer tinham chance de decidir se estavam fazendo a coisa certa ou não. Apenas faziam. Eu mesmo vi vários deles se degladiando. Vi vários deles se suicidando. Vi brigas injustas: três, quatro, ou mais, contra apenas um, e a morte deste já estava anunciada.

Às vezes, eu me perguntava o porquê daquilo. Como podia ser tão diferente? Ou a indiferença deles é que me tornava assim? E por que agiam dessa forma, sem noção nenhuma das consequências? Quanto mais eu me perguntava, mais dúvidas me surgiam... e mais amarguras me eram expostas.

A cada dia, eu me sentia mais sufocado, como se um pedaço de mim tivesse sido cortado e queimado, mas comigo sentindo isso. Foi quando eu percebi que já fazia parte "deles". Eu havia me tornado um deles, embora minha mente lutasse contra isso. Então tomei a decisão: subi no mais alto monte daquele planeta, muito maior do que qualquer um do nosso. E gritei. De dor e de medo, talvez. Então dei uma última olhada naquele lugar, em volta de mim e, sem pensar duas vezes, eu pulei daquele monte. Finalmente estava sentindo a sensação de liberdade de novo... e como aquilo era bom... nada mais atrapalhava a minha mente, eu estava me sentindo feliz. Eu caía a uma velocidade incrível e via tudo aquilo pela última vez, não fazendo questão de uma segunda olhada. O chão se aproximou cada vez mais... cada vez mais, quando de repente vi que começava a voar. Não conseguia controlar minha direção, meu rumo, mas eu estava voando e fui levado para longe de lá, finalmente para o mundo de onde eu vim. Ou para qualquer outro, que não fosse mais aquele.

- Darini

domingo, 21 de dezembro de 2008

Sobre a Arte de Viajar



A foto acima, tirei em uma manhã em Salzburg, na Áustria. Não por acaso, chamo-a de "Uma Manhã em Salzburg". É, provavelmente, em minha modesta opinião, a foto mais bonita que consegui tirar na vida. Era inverno, eu estava sozinho passeando pela cidade (umas 08:00-08:30 da manhã), vi a cena e pensei: "Essa vai pro negativo".

Viajar é um vício. Um bom vício, diga-se de passagem. Você não gasta dinheiro viajando; você INVESTE dinheiro viajando, seja qual for a situação, seja qual o lugar de seu destino. As memórias ficarão em você para sempre (gostando ou não da viagem, pois tudo servirá de experiência para a(s) próxima(s). A expectativa do "pré-viagem" é a mesma daquela do início de namoro, antes do primeiro beijo.

Uma grande aula. É isso que deveria ser o ato de viajar. Ao mesmo tempo, é uma arte. As (possíveis) frustações e desencontros te fazem procurar por alternativas para que seu investimento não seja uma catástrofe. E, acredite, existe algo dentro de nós que faz com que consigamos reverter essas situações e aproveitemos o que há de bom nelas.

A saudade do que fica e a esperança de um dia voltar são sentimentos únicos. As pessoas que encontramos e nunca mais veremos, a não ser em nossas memórias, são como personagens de um velho filme, cuja única cópia em rolo se deteriou e não pode mais ser resgatada, a não ser em nossa mente. As "pendências" de viagem são uma desculpa para viver novamente o filme, mas, dessa vez, com personagens diferentes. O aprendizado da cultura local, seja qual for o lugar ao qual se viaja, é inevitável. Ainda bem.


- Darini

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

A Crônica de Raul

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- Rauuuuul!
- Raul?
- Rau...
- Rauuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuulllllllllllllllllllllllllll!
- Ra...
- ul...
- Rauuuuul...

É minha gata no cio.

- Darini

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Sobre Putas, Bocetas e Caralhos

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A semântica do palavrão é uma questão muito mais "cultural-pseudo-moralista" do que, propriamente, lingüística. Palavras que, no passado, eram um tanto quanto ofensivas, hoje, podem não ser (e vice-versa, claro).

Por exemplo: numa discussão, caso chamemos alguém de histrião, é provável que o ser a quem direcionamos nossa "ofensa" não faça a mínima idéia do que está sendo chamado. Entretanto, trata-se da raiz {histr}, que significa "bobo", "palhaço". É uma palavra ofensiva? Não, pois praticamente NINGUÉM sabe de sua existência. Foi ofensiva um dia? Quem sabe...

== Sobre Putas, Bocetas e Caralhos ==

Da mesma forma, adianta chamar alguém de tolo? Creio que não haveria muita força na ofensa, e causaríamos até riso na pessoa a ser ofendida. Ou seja, uma palavra só é ofensiva, se tal conceito, a ela, for atribuído por determinada sociedade. Por exemplo: no latim, o verbo putare veio a ser o que chamamos de computar. O sufixo {com}, significando "junto", apareceu mais tarde. Portanto, quando um romano falava "ele computa", dizia apenas puta. Hoje, a palavra puta tem outro significado, mas nada a ver com o putare latino e suas variações. A raiz de sua origem é {putr} (também latina), mas significa "decomposto" (originou podre, pútrido) como "depravada" (originando puta).

Com caralho, acontece a mesma coisa. Pelo dicionário Michaelis, temos:

caralho - sm (lat *caraculu, pequena estaca)

É a raiz {cara}, a que foi adicionado o sufixo {culu}, indicando diminuição (o mesmo que ocorre em vermiculu - vermezinho, que deu origem ao nosso "vermelho"). Uma rápida pesquisa num dicionário de latim, e achamos as seguintes variações:

- Cara: uma planta e sua raiz, que, misturada com leite, mitiga a fome.
- Chara: espécie de couve.
- Characatus: cepa empada com canas grossas.
- Characias: erva; espécie de cana grossa.

Tantas evidências mostram que as raízes {car} e {char} têm uma ligação clara com plantas, caules e ervas. Ora, tratando-se do genital masculino, era óbvio que se fizesse uma ligação, tanto pela forma, como pela função (até semente sai dele!), surgindo o caralho.

Todavia, não sejamos machistas! Contemplemos a boceta. Eça de Queirós já escrevera em seu "Primo Basílio":

"Mas então era pior que estar numa sala; era abafar numa boceta! Mas não! Iam a uma quinta."

Que absurdo escrever "boceta" num romance, não? NÃO! Essa palavra significa caixa pequena e tem a mesma raiz do inglês box e do francês boîte. Portanto, "abafar numa boceta" era ficar preso num lugar quente, fechado e pequeno. Por algum motivo (óbvio?) é que a palavra foi ligada ao genital feminino...

== Sobre o olho cego ==

Se, numa discussão, alguém fosse pego gritando: "Vá tomar no procto!", é provável que os interlocutores tivessem pena do irritado em questão, pois "nem xingar ele sabe!" - pensariam. Mas, não! Ele apenas usou a raiz grega {proct}, que significa ânus, em vez da latina {cul}, que significa nádegas e foi adotada vastamente pelo mundo das línguas Neolatinas (Port. cu; Esp. culo; Ital. culo). Aliás, culatra e recuar vieram dessa mesma raiz, além de outras palavras consideradas "normais".

Com mais pesquisa, seria possível colocar mais uma meia-dúzia de exemplos aqui. Pode-se perceber que os motivos conceituais que tornaram as palavras boceta, caralho e puta palavrões (por enquanto) são os mesmos que tornaram as palavras deus, sacramento e santo bem quistas: sociedade + cultura + (pseudo)moralismo.

- Darini

Bibliografia:

- Dicionário online Michaelis Escolar;

- CRETELLA Jr, Fernando; CINTRA, Geraldo de Ulhôa. Dicionário Latino-Português. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1950;

- FERNANDES JR. A. Dialética da Língua Portuguesa. 1ª ed. São Paulo: LivroPronto, 2007.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Cursos de Formação de Semi-deuses

Segue notícia tirada do sítio da Universidade Estadual de Londrina:

O Conselho Universitário da UEL aprovou agora de manhã uma moção de repúdio contra a conduta de um grupo de formandos de Medicina, no último dia 20 de novembro, nos corredores do Pronto Socorro e interior do Hospital Universitário. Os alunos comemoravam o fim do internato e, segundo relatos apurados pela auditoria interna, transferiram a festa para o HU.

O reitor Wilmar Marçal oficializou hoje ao CU a suspensão da colação de grau de 14 formandos do curso identificados e a abertura de Processo Administrativo Disciplinar para averiguar fatos e todos os envolvidos. A formatura fica suspensa até a conclusão dos trabalhos da comissão, que tem 90 dias para apresentar um relatório.

A formatura dos outros estudantes (são cerca de 80) marcada para esta sexta-feira (12/12), a partir das 20h30, no Ginásio João Santana, no Centro de Educação Física e Esportes da UEL.

Coordenadoria de Comunicação Social da UEL

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Eu me pergunto como alguns cursos universitários parecem atrair gente (se é que podemos chamar isso de gente) que se sente acima do bem e do mal e acha-se no direito de fazer o que bem entende. Nome aos bois: Medicina, Direito e Engenharia (em sua maioria, pois nunca li uma notícia do tipo "Estudantes de Filosofia jogam matam colega afogado em festa").

Alguns serem entram nesses cursos achando que são semi-deuses. Pude ver isso na universidade em que estudei: o reitor suspendeu a colação de grau dos alunos de Direito (em 2006) depois de uma baderna feita por eles nos corredores da faculdade, e que resultou na quebra de um elevador. Será que pediram pro papai pagar a conta?

Esse é o grande problema: a criancinha mimada é tratada como um nobre pelos pais incompetentes, mas, quando sai "ao mundo", pensa que todos têm de lhe servir de mordomo... sente-se superior a todos e a tudo. Aí, esse tipo de coisa acontece: desrespeito a quem não tem nada a ver com a criação irresponsavel de um bando de marginais travestidos de médicos.

Parabéns, papais e mamães!

- Darini

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Tu ou Você?

Esse, eu recebi no email. Segue texto "ipsis verbis":

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O Diretor Geral de um Banco estava preocupado com um jovem e brilhante Diretor,que depois de ter trabalhado durante algum tempo com ele, sem parar nem para almoçar, começou a ausentar-se ao meio-dia. Então o Diretor Geral do Banco, chamou um detetive e disse-lhe:
- Siga o Diretor Lopes durante uma semana, durante o horário de almoço.
O detetive, após cumprir o que lhe havia sido pedido, voltou e informou:
-O Diretor Lopes sai normalmente ao meio-dia, pega o seu carro, vai a sua casa almoçar, faz amor com a sua mulher, fuma um dos seus excelentes charutos cubanos e regressa ao trabalho.
Responde o Diretor Geral:
-Ah, bom, antes assim. Não há nada de mal nisso.
Logo em seguida o detetive pergunta:
-Desculpe. Posso tratá-lo por tu?
-Sim, claro! - respondeu o Diretor surpreendido!
Bom então vou repetir:
-O Diretor Lopes sai normalmente ao meio-dia, pega o teu carro, vai a tua casa almoçar, faz amor com a tua mulher, fuma um dos teus excelentes charutos cubanos e regressa ao trabalho...Entendeu agora?


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É bem provável que a origem do texto acima seja lusitana. Lá, você é um pronome de tratamento respeitoso (como falamos "o senhor" ou "a senhora" no Brasil). Todavia, assim como nós, o vós deles já se foi há muito.

Brincando de adivinhar o futuro, vejamos como seria as pessoas do discurso daqui a alguns anos:

Eu
Você
Ele / Ela
Nóis ou A Gente
Vocês
Eles / Elas

Cai por terra uma teoria que, às vezes, lemos: a de que as palavras mais usadas por uma sociedade mudariam menos. Ora, são pronomes pessoais, não? Eram pouco usados? NÃO!

Essa mudança não é exclusividade nossa: no Latim, por exemplo, não havia a 3a. pessoa. Usava-se o pronome "aquilo" / "aquele(a)": ille. Essa palavra é que veio a originar, nas línguas Neolatinas, as seguintes: ele, ela (Português); il, la, lei, lui (Italiano); lo, la, el (Espanhol); il, elle, le, la (Francês) etc.

Mesmo no inglês, os arcaicos thou e ye saíram de moda há muito tempo, dando lugar ao "you" (singular e plural). Aliás, para evitar maiores confusões na comunicação, muita gente usa o "you all" quando se refere a mais de uma pessoa. Esse recurso dá maior exatidão à comunicação.

Voltando ao texto, nota-se que, no Português do Brasil, os pronomes seu / sua acaba sendo substituindo por dele / dela - justamente para que se evite a ambigüidade no entendimento, causa principal do humor da história. Mas, no nosso caso, o "seu" relacionado à terceira pessoa pode ser entendido como sendo relacionado à segunda. "Dormi com sua mulher" pode dar uma confusão...

- Darini

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A Letra Escarlate - Livro de Nathaniel Hawthorne

Em "A Letra Escarlate", Nathaniel Hawthorne mostra as desventuras de Hester Prynne na cidade de Boston, nos Estados Unidos do século XVII. Numa sociedade dominada essencialmente por puritanos, a protagonista da história sofre um julgamento. O crime: teve uma filha, mesmo sendo uma mulher sem marido. Pressionada várias vezes pelos magistrados, e por uma última vez, pelo seu pastor pessoal, Mr. Dimmesdale, ela se recusa a dizer o nome do pai da criança.

Como pena para esse "pecado", Hester deveria usar, em sua roupa, uma letra "A" (de adultério) de cor vermelha. Nos primeiros dias, ela deveria permanecer sobre um tablado com sua filha aos braços por longas três horas e, em outro período do dia, ficaria na prisão. Tudo para que servisse de exemplo às pessoas que caíssem na tentação da carne.

O autor nos mostra como o fanatismo religioso pode ser perigoso; quando os magistrados anunciam a sentença publicamente, algumas pessoas da cidade se revoltam, pois a consideram muito branda. Uma delas diz que se deveria queimar-lhe toda a fronte com a letra "A", um castigo até leve para quem costumava queimar e afogar "bruxas". Hester cria sua filha sozinha, sofrendo o desprezo daqueles que a consideravam pecadora. Vemos como gastavam-se tempo e energia perseguindo aqueles que não se comportavam de acordo com os padrões morais e comportamentais estabelecidos na época. Perseguiam, julgavam e discriminavam conforme suas crendices e o que achavam correto. Não tinham respeito pelo diferente. Esse lado do isolamento pelo qual tais pessoas passavam fica bem explícito na obra.

Um dia, na prisão, sua filha passou mal e foi-lhe chamado um médico chamado Roger Chillingworth, recém-chegado a Boston. Quando este adentra ao local, a mulher tem uma surpresa: tratava-se de seu ex-marido, que prometia vingança contra aquele por quem Hester se apaixonara. Ele pede à ex-mulher que mantenha esse segredo, pois não ficaria bem a ele ser apontado na cidade como um homem traído. Caso ela não mantivesse esse segredo, ele destruiria a vida daquele que ela amava perante a sociedade.

O tempo passa, Dimmesdale e Roger Chillingworth tornam-se amigos e vão morar na mesma casa. Isso acontece, pois a saúde do jovem pastor mostrou-se frágil, portanto, foi-lhe aconselhado a ficar perto do médico para que este zelasse por sua saúde.

Hawthorne descreve com primor os tipos; quando fala do ódio de Chillingworth, o leitor é capaz de percebê-lo. Em alguns momentos, sentimos "raiva" de Hester por não abandonar aquele local de sofrimento e partir para uma vida nova. Sofremos e sentimos seu isolamento, o modo como a maltratam nos traz à reflexão nossos preconceitos e discriminações do dia-a-dia. Todos nós temos uma Hester Prynne a quem julgamos, isolamos e maltratamos, apenas por ser diferente, por pensar diferente ou por agir diferente.

No decorrer da história, o (re)encontro entre Hester e o Reverendo Dimmesdale é inevitável. Após os acertos de uma fuga à "Romeu e Julieta", em que fariam o caminho oposto partindo rumo à Inglaterra, descobrem que Chillinworth faria a mesma viagem, estragando, dessa forma, seus planos.

A amargura do segredo tomava cada vez mais conta do coração do jovem pastor. Queria se livrar daquele sentimento como que num grito. Ele sobe ao tablado em que, outrora, sua amada e sua filha foram colocadas para que a primeira pagasse por seu pecado, leva as duas consigo e, para toda a cidade, confessa ter sido aquele que "pecou" com Hester. Talvez aliviado por tamanho peso, ou sentindo a decepção daquela gente, ele morre aos braços de sua amada Hester. Chillingworth morre pouco tempo depois, e mãe e filha partem à Inglaterra, pois o reverendo lhes havia deixado uma herança. Anos depois, Hester volta para passar seus últimos dias no lugar em que tudo havia acontecido.

Vemos como a preocupação em manter a "máscara social" numa sociedade pode ser maligna a uma pessoa. O afã em querer manter as aparências e as conseqüentes mentiras podem destruir vidas, futuros e sonhos. O final dado à história pelo autor é, de certa forma, uma punição àqueles que cometeram os atos questionáveis (Chillinworth e Dimmesdale) e um "prêmio" a quem sofreu com voz calada toda a trama (Hester e Pearl). Mais uma vez, isso nos remete à reflexão, pois, em nossas vidas, ao contrário da ficção, nem sempre aqueles que causam a destruição de outros têm o devido castigo. Cabe a nós agirmos conforme nossa consciência para que não sigamos caminhos semelhantes aos deles.

- Darini

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O país da malandragem.

O Brasil é o país dos malandros e da malandragem. Pena que,
apesar de malandros, são burros, pois não saímos do 3º mundo.
Isso prova que malandragem e esperteza não são, necessariamente,
aliadas da inteligência.

É gente que acha muita vantagem furar uma fila pra conseguir sentar
no ônibus ou metrô; levar o troco a mais que o comerciante deu; não
devolver um item a mais entregue pelas americanas da vida... é
o "jeitinho brasileiro", amplamente difundido e até mesmo estimulado
por essa midiazinha de merda que temos.

Mas não se preocupe! Nem tudo está perdido! A Copa do Mundo vem aí e
o Brasil vai ser hexa! Isso é o que importa pra esse tipo de gente. Mais nada.

-Darini