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Costumo dizer que o Adjunto
Adverbial e o Adjunto Adnominal são como dois irmãos: um, o primeiro, trabalha
e é útil para a sociedade. O segundo, coitado, não faz nada da vida além de
servir de enfeite - e olha lá!
O próprio nome do Adjunto Adverbial
é um pleonasmo vicioso: se fôssemos traduzi-lo, teríamos algo como “Juntojunto
Juntoverbial”. Nada impediria que se chamasse “Adjunto Verbal”, ou, no outro
caso, “Adjunto Nominal”. Aí vem sua professora de Português e diz para você
evitar pleonasmos, não é? ;)
O Adjunto Adverbial é como o
adjetivo do verbo; é ele que dá a característica de determinado comportamento.
Exemplo:
Iara andou rápido.
O andar de Iara não é de qualquer
tipo. É rápido. Ela até pode ser uma lerda, mas seu andar é rápido. Se, ao invés de "rápido",
tivesse colocado "rapidamente", o Adjunto Adverbial estaria ainda
mais evidente: o sufixo {ente} indica que é. Não vou listar ou trabalhar cada
caso de Adjunto Adverbial. Sim, eles são classificados em uns 30 tipos
diferentes, o que pode dar certa dor de cabeça para diferenciá-los. Mas
vejamos:
Atentamente,
às doze horas e cinquenta e nove minutos da última quinta-feira, Roseana, rapidamente, de carro, com
Juliano, Laura e Glória, dirigiu-se, pacientemente, ao melhor lugar do
universo.
Uma vez que a sequência natural da
Língua é a formação:
Sujeito + Verbo +
Complemento
e que Complemento = adjuntos e objetos;
Então, quando esse elemento aparecer
deslocado na oração, poderá ser indicado através da vírgula. Voltando ao nosso
exemplo:
Sujeito: Roseana
Verbo: dirigiu-se
Complemento: TODO O RESTO
Serão Adjuntos Adverbiais os
seguintes elementos:
- Atentamente:
Adjunto Adverbial de Modo
- às doze horas e cinquenta e nove minutos da última quinta-feira: Adjunto Adverbial de Tempo
- rapidamente:
Adjunto Adverbial de Modo
- de carro:
Adjunto Adverbial de Instrumento
- com Juliano, Laura e Glória: Adjunto Adverbial de Companhia
- pacientemente:
Adjunto Adverbial de Modo
- ao melhor lugar do universo: Adjunto Adverbial de Lugar
Cada um deles separado por vírgula,
indicando, assim, o final de um sintagma e o início de outro.
O Adjunto Adverbial também serve
como adjetivo do próprio adjetivo! O pessoal sem criatividade poderia muito bem
tê-lo chamado com o belíssimo nome de Adjunto Adadjetival (tá, Adjunto
Adjetival ficaria mais correto. Mas não perderia a piada por isso!). Por
exemplo:
Aquele
carro é muito bonito.
Bonito = adjetivo / muito = advérbio de intensidade, pois
caracteriza o adjetivo.
O
adjetivo caracteriza o substantivo e é caracterizado pelo adjetivo.
Até
mesmo um advérbio com o sufixo {ente} pode ser usado com um adjetivo, como em:
(adjetivos em vermelho / advérbios em verde)
Aquele
carro é maravilhosamente bonito.
A comida é deliciosamente bem preparada.
O
prédio é grandiosamente alto.
Lembremos sempre que o verbo é o
principal elemento da oração e que para podermos classificar os advérbios, é a
ele quem devemos “perguntar”. Considerando novamente o nosso exemplo:
Atentamente, às doze horas e
cinquenta e nove minutos da última quinta-feira, Roseana, rapidamente, de carro, com
Juliano, Laura e Glória, dirigiu-se, pacientemente, ao melhor lugar do
universo.
- Atentamente (de que modo ela se dirigiu?): Adjunto Adverbial de Modo
- às doze horas e cinquenta e nove minutos da última quinta-feira (quando ela se dirigiu?): Adjunto Adverbial de Tempo
- rapidamente (de que modo ela se dirigiu?): Adjunto Adverbial de Modo
- de carro (com o que (com qual instrumento) ela se dirigiu?): Adjunto Adverbial de Instrumento
- com Juliano, Laura e Glória (com quem ela se dirigiu?): Adjunto Adverbial de Companhia
- pacientemente (de que modo ela se dirigiu?): Adjunto Adverbial de Modo
- ao melhor lugar do universo (para onde ela se dirigiu?): Adjunto Adverbial de Lugar
E
quando uma oração se comporta como Advérbio?
É bem normal que uma oração faça as
vezes de Adjunto Adverbial. Vejamos:
Acelerando
como uma doida, depois que saiu do serviço na última quinta-feira, Roseana, rapidamente, amaciando o motor de
seu carro, com Juliano, Laura e Glória, dirigiu-se, embora chovesse muito, enquanto
conversava com todos sobre suas peripécias, ao melhor lugar que a humanidade
jamais havia visto.
Neste caso:
Oração Principal: Roseana dirigiu-se.
Procedemos, então, da mesma forma
para classificarmos as Orações Subordinadas Adverbiais:
Roseana dirigiu-se de que modo? Acelerando como uma doida (Oração
Subordinada Adverbial Modal)
Roseana dirigiu-se quando? depois que saiu do serviço na última
quinta-feira (Oração Subordinada Adverbial Temporal)
Roseana dirigiu-se de que modo? amaciando o motor de seu carro
(Oração Subordinada Adverbial Modal)
Roseana dirigiu-se apesar de quê? embora chovesse muito (Oração
Subordinada Adverbial Concessiva)
Roseana dirigiu-se quando? enquanto conversava com todos sobre
suas peripécias (Oração Subordinada Adverbial Temporal)
Entretanto,
reparemos neste caso:
Roseana
dirigiu-se ao
melhor lugar que a humanidade jamais havia visto.
Ao se perguntar “Roseana dirigiu-se
a que local?”, a resposta será uma Oração Subordinada Substantiva Objetiva
Indireta, pois “ao
melhor lugar que a humanidade jamais havia visto” é Objeto Indireto (alguém se dirige
A algum lugar). Ou seja, se você perguntar ao verbo algo como:
Quem
/ O que XXX, XXX [p] alguma coisa, onde
XXX = verbo conjugado na terceira
pessoa do singular;
[p] = preposição, que pode ou não
existir;
então, será Objeto Direto ou
Indireto.
- Darini