quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Vai vírgula aqui?

Foi só na Pós-Graduação que aprendi (ou melhor: estou aprendendo, já que falta mais treino) a usar a vírgula e a pontuação em geral. Realmente, podemos perceber quanta cerda foi-nos falada durante os anos. Queria pegar o VAGABUNDO que disse ser a vírgula a indicação de "pausa", e enforcá-lo com requintes de crueldade. Entretanto, o corno já deve estar morto, e seu espírito vaga no mundo dos períodos pausados.

É óbvio que não pretendo, aqui, passar o conteúdo de 2 anos de estudo (e 30 do meu professor), mas vou dar uns toques em geral. Conforme for, vou atualizando.

A fonte teórica para essas "dicas" (odeio essa expressão) é a Dialética da Língua Portuguesa, de Alcebíades Fernandes Júnior. Ele é, provavelmente, o maior conhecedor de estrutura da Língua Portuguesa hoje.

==== 26/11/2008 - CASO 1 ====

Lembra-se de quando te ensinaram Objeto Direto, Indireto, Complemento, Orações Subordinadas e tudo quanto foi nome "traumatizante" na escola? Isso tudo tinha (ou deveria ter) um objetivo comum: indicar onde iriam as vírgulas.

VÍRGULA NÃO É PAUSA! VÍRGULA INDICA DESLOCAMENTO!

Se a vírgula servisse para indicar pausa ou "respiração", o texto de um asmático teria uma a cada 2 palavras!

A Língua Portuguesa funciona da seguinte forma: Sujeito + Verbo + Complemento. E só. Chamamos de complemento uma série de elementos, como estes: Advérbios, Objetos, Predicativos etc. Um exemplo básico:

De manhã rapidamente a menina saiu de casa.

Primeiramente, localizamos o verbo: saiu.

Quem saiu? A menina - certo, achamos o sujeito. Agora, só restam complementos. No caso, são os Adjuntos Adverbiais:

Quando saiu? De manhã.

De que modo saiu? Rapidamente.

No exemplo, como não existe a ordem Sujeito + Verbo + Complemento, usamos a vírgula para indicar o deslocamento desses itens, o que nos dá:

De manhã, rapidamente, a menina saiu de casa.

A ordem "normal" dessa oração seria algo como:

A menina saiu de casa rapidamente de manhã. - Sem o uso de vírgulas, pois encontra-se a situação Sujeito + Verbo + Complemento.

Ah, isso vai dar trabalho... :lol: :lol:

- Darini

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Está chegando a época da palhaçada...

Juro que gostaria de ter estudado um pouco de Psicologia ou Filosofia para entender o que acontece com as pessoas no final de cada ano. Não importa o lugar; no Ocidente, as cenas se repetem: a velha falsidade e idéia do recomeço "contagia" as pessoas e traz o tal do "espírito natalino" de volta à tona.

Mídia e comércio inflam nossas vidas para que não nos esqueçamos da "data". Todo mundo finge ser amigo e se gostar... palhaçada.

Analisemos os seguintes aspectos: Religião, Cultura e Sociedade. Existe uma relação interessante nesses três tópicos, pois o comportamento homogêneo que vemos nas pessoas é, certamente, influenciado por essa tríade. Ora, da Europa para cá, temos uma grande maioria cristã, uma sociedade moldada por valores um tanto quanto parecidos. Tão parecidos, que até na falsidade se parecem! Poético, pleonasmático, mas, sobretudo, verdadeiro.

As assim chamadas "Festas de Fim-de-Ano" são uma espécie de recarga de baterias das pessoas. A tal esperança de que no "ano que vem será melhor" lhes dá, digamos... força, para que continuem a:

- Matar; Morrer; Enganar; Acabar com a natureza; Assassinar animais; Zerar o "falsômetro" (mas não se preocupe, no final do ano ele estará cheio de novo); Roubar; Aceitar o que o estado lhes impuser, desde que não se acabe com o futebol... e por aí vai.

Ou seja, as festas de final de ano servem para que as pessoas continuem sendo o que sempre foram: robozinhos insanos em busca de uma utopia chamada felicidade. Pena que, bem no dia 01/01/2009, haverá um monte de gente morta nas estradas, pois beberam até o rabo fazer bico na comemoração do ano-novo. Pena, não por eles, mas pelos não-bebuns que levam consigo.

Maldito Constantino.

- Darini