sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Um pouco de Raízes e Afixos

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Analisar Raízes e Afixos a partir do Indo-Europeu é como montar um quebra-cabeças lingüístico. É perceber como alguns elementos se tornaram variantes em diferentes Línguas, assim como outros se tornaram comuns, seja em sua ortografia, seja na mudança semântica ocorrida através do espaço geográfico e tempo.

Os primeiros comparativistas buscavam relacionar diferentes Línguas e estabelecer, entre elas, o grau de “parentesco”, assim como classificá-las nos mais diferentes ramos e famílias. Vale ressaltar que os primeiros estudos comparativistas não levam em consideração o aspecto da mudança da Língua no decorrer do tempo. Portanto, o Latim era comparado ao Sânscrito, que poderia ser comparado ao anglo-saxão, mesmo sendo todas elas de períodos históricos diferentes.

Grimm (sim, um dos irmãos escritores de contos infantis), ao contrário de Franz Bopp e seus antecessores, iniciou um estudo comparativo das Línguas no decorrer do tempo. Estudou também o ramo Germânico das Línguas Indo-Européias, o que lhe proporcionou verificar quais mudanças ocorreram com o passar do tempo. Através de suas pesquisas, pôde-se verificar que o fluxo histórico interfere na regularidade dos processos de mudança Lingüística.

Já os Neogramáticos vieram questionar o modo como a Lingüística estava sendo tratada e estudada. Para eles, a Língua era determinada por fatores psicológicos, e defendiam a aproximação da Lingüística Histórica com a Psicologia. Por se tratar a Lingüística de uma ciência, buscavam uma explicação científica para todo e qualquer fenômeno do Idioma, não aceitando que se caracterizassem apenas como “casualidades” deste. O principal benefício à Lingüística trazido pelos Neogramáticos é que, depois deles, os estudos da Língua puderam ser tratados com maior acuidade.

Uma das correntes Lingüísticas é o “biologismo” de Schleicher. Para ele, a Língua era independente do falante, isto é, ela existia obedecendo às leis da natureza, como um elemento da ciência natural. Sendo botânico, influenciaram-no as teorias evolucionistas de Darwin, e preocupou-lhe classificar as Línguas como numa árvore genealógica, buscando familiaridades entre elas. Por outro lado, os neogramáticos acreditavam que a Língua dependia, sim, do falante, e a mudança dela ocorria por conta deste, desencadeando o que chamavam de ação recíproca dos indivíduos, ou seja, a propagação dessas mudanças lingüísticas de falante para falante.


- Darini

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